O
filme no geral é muito bom, pois contribui para formar nova visão de mundo, ele
obviamente não é a solução definitiva, mas com certeza é um primeiro passo rumo
a transformação que devemos realizar em nossa sociedade.
Sai
então vasculhando a internet em busca de comentários de outras pessoas que também
viram falhas no filme, foi então que encontrei o blog http://www.livrenet.net, que inaugurou seu
espaço com um excelente post sobre o filme. Realmente gostei muito do artigo, Luiz o autor do blog, conseguiu sintetizar
tudo o que eu estava pensando neste post. Então decidi colocar todo o seu post aqui no Disponível.
Abaixo texto retirado de http://www.livrenet.net.
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Idéias e considerações preliminares…
Antes que você imagine que esse é o post proveniente de algum tipo de extremista nas possíveis áreas do socialismo, comunismo, capitalismo, espere um pouco e deixe-me dizer algo: socialismo, comunismo e similares também possuem como base e força motriz trabalho, dinheiro, controle baseado em uma elite voraz que se alimenta do trabalho e das vidas de milhares para manter o próprio “sistema” funcionando. A diferença para o “capitalismo” é o modo como esse sistema se apresenta para a população participante. Em minha opinião, qualquer sistema governado por uma elite auto-proclamada e dita sabedora das necessidades de todos é nocivo.
Antes que você imagine que esse é o post proveniente de algum tipo de extremista nas possíveis áreas do socialismo, comunismo, capitalismo, espere um pouco e deixe-me dizer algo: socialismo, comunismo e similares também possuem como base e força motriz trabalho, dinheiro, controle baseado em uma elite voraz que se alimenta do trabalho e das vidas de milhares para manter o próprio “sistema” funcionando. A diferença para o “capitalismo” é o modo como esse sistema se apresenta para a população participante. Em minha opinião, qualquer sistema governado por uma elite auto-proclamada e dita sabedora das necessidades de todos é nocivo.
Sou apartidário e não possuo uma religião. Acredito existir “algo
maior”, porém não acredito nos deuses “personificados” apresentados como
instrumento de controle moral e político. Sou adepto da ponderação:
dependendo da perspectiva, a maioria das coisas têm seu lado favorável e
igualmente seu lado desfavorável. Acredito justamente que as convicções
irredutíveis e não construídas com base na experiência, ponderação, interação,
são a principal fonte da maioria dos problemas enfrentados no mundo hoje. As
convicções e fanatismos irredutíveis presentes nas pessoas, nada mais são do
que a tentativa desesperada de realizar-se como ser humano através de “algo”,
um sintoma da falta de horizontes, perspectiva e esperança, caso aquelas idéias
venham a falir, como se todo o sentido para a vida de tal individuo dependesse
da veracidade absoluta de suas convicções.
Tenho alguma experiência e sei o quanto é difícil expressar idéias que
propõem mudanças no pensamento, principalmente nestes tempos tão fervorosos em
que as pessoas procuram desesperadamente dar um sentido e classificar sua vida
em meio a um mundo tão massivo e estressante. Um mundo em que todos são de
“extrema direita” ou de “extrema esquerda”, um mundo onde o “meio termo” fica
cada vez mais distante: ou “você ama ou você odeia”.
Por favor, tente entender o que foi dito acima, vou apresentar um
exemplo hipotético de para tentar driblar os prováveis preconceitos do leitor.
–Vamos supor que você, uma pessoa de atitude, seja contra o tão falado
“império americano” e resolve constituir um país. Você decide que seu país
será baseado no “amor fraternal” e terá uma base comunista, sem desigualdades
sociais. Você então estabelece uma série de leis para manter a ordem de seu
país e cria dispositivos para assegurar que nada interfira no “paraíso” recém
criado. Para que um sistema funcione de maneira estável, além das regras
internas, precisamos prevenir a interferência externa. Então são criados
dispositivos para que as pessoas que residem no país não tenham qualquer tipo
de contato externo e recebam educação especifica e direcionada apenas aos
interesses da nação. A principal justificativa é que essa privação é
necessária para manter a estabilidade do sistema e proteger o interesse e o bem
estar das pessoas (manter todos longe da terrível realidade do mundo exterior).
Você começa a impor a população um modo de vida, decide o que é bom e o que é
ruim. Agora vem o detalhe interessante: você é da elite governante, está
acima do bem e do mal. Você faz o que quiser, tem acesso ao que bem entender,
enxerga além da muralha e experimenta além da muralha. Mas as pessoas em baixo
das suas asas não. Você é a elite dominante, executa lavagem cerebral nos seus
compatriotas através da propaganda, manipula idéias, situações e fatos, com o
intuito de manter o sistema funcionando. E quando todo seu sistema estiver
consolidado, você pode ser classificado como um hipócrita egoísta que não vive
realmente ao lado de seu povo e também não experimenta todos os sintomas e
efeitos colaterais gerados pelos seus métodos de controle. –
Provavelmente, se você chegou até aqui, deve pensar que estou
demonstrando meu ódio contra o comunismo e que estou dizendo que somente o
comunismo é assim. Vamos então revisar nosso mundo ocidental guiado pelo
capitalismo e o grande império americano:
Muitos americanos não tem idéia do motivo pelo qual existe um sentimento anti
america no mundo todo. Você pode então se perguntar: como é possível com tudo
que acontece no mundo, com as guerras, com as políticas do ex-presidente Bush
nocivas ao seu próprio povo e ao planeta, com as injustiças das guerras
travadas atualmente, como é possível existir sequer um cidadão americano que
não ENTENDA o porquê do antiamericanismo (alguns entendem)? Ao mesmo tempo,
você automaticamente classifica todo aquele povo, seres humanos iguais a você,
como malignos.
A resposta para a pergunta acima é simples e pode ser respondida usando
um exemplo similar ao citado no parágrafo sobre o comunismo. O cidadão
americano está ha muitos anos imerso em um tipo de “bolha”, vivendo em uma
grande “Disneylandia”, crescendo com uma falsa percepção de liberdade, sendo
amamentado pela mídia e pelo governo com idéias de que na américa a liberdade é
real, que a américa está no mundo para lutar contra todo o mal e contra todos
aqueles que se opuserem ao estilo de vida da liberdade. O americano “comum”,
muitas vezes, não sabe indicar no mapa nem mesmo as suas próprias cidades,
quanto mais os países do mundo. A maioria dos americanos possuem uma imagem
distorcida sobre os outros países, enxergando apenas estereótipos, lugares do
“bem ou lugares do mal”. Quem você acha que os deixou dessa maneira? Você
realmente acha que aquelas pessoas são assim sem motivo? São porque são,
nasceram assim? Talvez você pense assim, pois assume que os americano têm
acesso á ”informação ilimitada”, afinal, é o país da liberdade
recheado de tecnologia e telecomunicação livre (será mesmo?). A dura verdade é
que eles são bastante privados da realidade do mundo, privados de cultura
geral, alimentados com medo e com idéias radicais. Supostamente eles possuem
livre acesso a cultura, mas não são incentivados a buscar cultura geral,
aprendem somente a classificar e estereotipar. Muitos crescem com a
educação necessária para manter a máquina e o modo de vida que os EUA
representam e só. Exatamente como um cidadão da falecida União Soviética que
crescia sabendo somente o que era necessário, conhecendo somente aquele estilo
de vida.
No cerne, a idéia sobre controle da população com o intuito de manter o
sistema funcionado é similar ao exemplo do comunismo, a diferença é o modo como
é implantando na população. A informação é recebida através do governo,
jornais, suposta liberdade de expressão, filmes, séries de TV, voto
facultativo, exército facultativo. Imagine: como um país que não me
obriga você a votar poderia estar errado? “Veja a que grau chega a sua
liberdade…”
No fundo, somos todos iguais, e todo e qualquer controle aplicado, seja
ele qual for, possui o intuito de manter um sistema funcionando, seja esse
controle explícito ou velado.
Entra o filme documentário Zeitgeist…
No inicio do filme, Zeitgeist Addendum me empolgou bastante, pois trata
justamente desses assuntos: a atual situação da sociedade mundial como um todo
perante ao sistema no qual a mesma está imersa e a força motriz dessa
realidade: o sistema monetário, não IMPORTANDO EM QUE PAÍS VOCÊ ESTÁ. Com um
início marcante incluindo o trecho de um discurso de Jiddu Krishnamurti, o
documentário parece objetivo, bem centrado e com forte embasamento teórico.
De uma maneira bastante objetiva, a primeira parte do documentário
explica como o dinheiro é “criado”, qual é o papel do Federal Reserve (banco
central dos EUA) e como todo o processo acaba armando um cenário de escravidão
monetária em todos nós. É explicado também como os Estados Unidos expandiram
seu império pelo mundo usando a força econômica, se aproveitando da falta de
regulamentação em países menos desenvolvidos, usando a violência da
concorrência desigual e ferramentas como empréstimos promovidos pelo banco
mundial e FMI fantasiados de ajuda altruísta aos países em necessidade.
O documentário também explica o que é corporatocracia e mostra que a
real elite governante não é o “governo” e sim os bancos e as corporações que os
apóiam. É bastante interessante ver que várias ações promovidas pelo governo
dos EUA nada têm a ver com a população e sim com os interesses das grandes
corporações.
O documentário deveria ser aclamado por incentivar o pensamento crítico
e expor de maneira fácil de entender os tantos sistemas de controle de massas,
literalmente expor como a “máquina” funciona. Realmente, estava impressionado com
o filme, pois parecia que alguém finalmente tinha produzido
um documentário que retratava tantas idéias que há anos estavam em minha
mente…
“Projeto Venus”: quando o documentário
“apodrece”…
Em tópicos, apresento algumas idéias do “Projeto Venus” já em
contraste com meu entendimento e opinião.
1 – Não tenho nada contra a percepção de que a humanidade se
afasta cada vez mais da idéia de que tudo está relacionado e interligado, de
que precisamos uns dos outros e que a própria natureza nos mostra isso. Não
tenho nada contra a idéia de utilizar a tecnologia e automação realmente ao
serviço do ser humano para livrá-lo de trabalhos desnecessários e permitir que
todos se concentrem em atividades produtivas.
2 – Concordo que precisamos viver mais como um planeta, raça
humana, sem fronteiras. Precisamos pensar mais no bem comum, entender que
precisamos nos unir. Entendo que para isso se tornar uma realidade, uma
profunda transformação pessoal é necessária, uma “revolução radical interna”,
deixar as religiões para trás, preconceitos e outras muletas.
3 – Posso concordar, até certo ponto, que temos recursos e poderíamos viver em uma sociedade não baseada em um sistema monetário, utilizando o avanço tecnológico e a pesquisa em diversas áreas em prol do bem comum. Usar fontes renováveis de energia e criar diversas soluções para que a sociedade possa gerenciar melhor seu meio ambiente, viver com mais igualdade e recursos para todos. Para isso precisamos reforçar a idéia do tópico 2: precisamos de uma profunda transformação pessoal, uma “revolução radical pessoal interna”, deixar as religiões para trás, preconceitos e outras muletas. A mudança deve acontecer no seu íntimo, deixando de lado em primeiro lugar o medo.
3 – Posso concordar, até certo ponto, que temos recursos e poderíamos viver em uma sociedade não baseada em um sistema monetário, utilizando o avanço tecnológico e a pesquisa em diversas áreas em prol do bem comum. Usar fontes renováveis de energia e criar diversas soluções para que a sociedade possa gerenciar melhor seu meio ambiente, viver com mais igualdade e recursos para todos. Para isso precisamos reforçar a idéia do tópico 2: precisamos de uma profunda transformação pessoal, uma “revolução radical pessoal interna”, deixar as religiões para trás, preconceitos e outras muletas. A mudança deve acontecer no seu íntimo, deixando de lado em primeiro lugar o medo.
4 – O PROBLEMA: Quero MARCAR o início
desse ultimo tópico UTILIZANDO COMO EXEMPLO A SEGUINTE IDÉIA RETIRDADA DO FILME
SOBRE O FUTURO PROJETO VÊNUS: “TECNOLOGIA QUE AGE COMO UM PÊNDULO EM CARROS
PARA PREVENIR QUE UM MOTORISTA BÊBADO CAUSE ACIDENTES”.
PRESTE MUITA ATENÇÃO AGORA: se você está achando que a minha crítica é a
tal tecnologia citada, infelizmente, você não entendeu… Vamos lá:
O problema é quando começamos a notar uma tendência nas idéias do
projeto que levam à anomia (ausência de leis). Senti-me bastante incomodado com
o fato de que o idealizador do projeto, mesmo em seu site e em materiais
educativos, falha em explicar claramente como a sua sociedade seria regida,
falando apenas sobre como as máquinas e a tecnologia poderiam ajudar.
A principal afirmação do organizador é que praticamente não precisaríamos de leis e legisladores, pois em uma sociedade sem desigualdades sociais e sem dinheiro, problemas como o roubo, desapareceriam. Em uma sociedade sem as pressões para “conseguir” dinheiro e adequar-se à “maquina”, as “paranóias e psicoses” do estressante mundo moderno desapareceriam, com isso, vários outros problemas de relacionamento interpessoal e infrações desapareceriam.
A principal afirmação do organizador é que praticamente não precisaríamos de leis e legisladores, pois em uma sociedade sem desigualdades sociais e sem dinheiro, problemas como o roubo, desapareceriam. Em uma sociedade sem as pressões para “conseguir” dinheiro e adequar-se à “maquina”, as “paranóias e psicoses” do estressante mundo moderno desapareceriam, com isso, vários outros problemas de relacionamento interpessoal e infrações desapareceriam.
O argumento exposto acima não passa de uma falácia ridícula! Mas vamos
seguir adiante…
Se prestarmos bastante atenção nas afirmações delirantes do organizador
do projeto, que se chama Jacque Fresco notamos que ele tem uma forte tendência
em jogar tudo “para cima” da tecnologia. Ele está longe de acreditar na raça humana
em termos da índole do ser humano e isso destrói completamente o documentário,
pois PISA na idéia da revolução radical interna proposta pelo sábio
Krishnamurti e usada como BASE para o inicio do próprio filme.
Vamos deixar isso bem simples para aqueles que AINDA NÃO ENTENDERAM: se
você não precisa de leis, pois quando alguém estiver dirigindo bêbado o carro
terá uma tecnologia que evitará um acidente, então o bêbado autodestrutivo
continua lá, não mudou!
Veja que isso só demonstra a falta de fé do organizador do projeto e do
documentário no próprio ser humano. O que virá depois? Uma arma de caça que não
dispara quando alguém tiver vontade de matar alguém? Ahhh, eu havia esquecido,
em uma sociedade “querida” existem bêbados, mas você não tem vontade de matar
ninguém, pois não precisa de dinheiro! Sim estou sendo bastante irônico. Você
também não tem sentimento de inveja e anseios inalcançáveis, a máquina
ajudara todos a ficarem iguais, inteligentes e bonitos! Mais ironia…
O mais interessante é notar que no “final das contas”, toda a natureza é
baseada em leis, todo o sistema possui leis. Tudo é um sistema: no momento que
uma criança está montando um castelinho de areia na beira da praia, está
determinando um sistema e regras de delimitação.
“Para entender relações, precisamos estar livres de toda ideologia, de
todos os preconceitos, não somente do preconceito daqueles não educados e
ignorantes, mas também dos preconceitos da sabedoria.”
”A atual desordem social e miséria deve se resolver sozinha. Mas você
e eu podemos e devemos ver a verdade sobre as relações e começar uma nova ação
que não é baseada em necessidades mútuas e gratificação. Mera reforma da
presente estrutura da sociedade sem alterar fundamentalmente nossas relações é
um retrocesso. Uma revolução que mantém a utilização do homem como o meio para
atingir objetivos, apesar de promissora, está fadada a mais guerras e
lamentações. O final é sempre uma projeção do nosso condicionamento. O
importante não é entender os novos padrões, as novas mudanças superficiais, mas
entender o total processo do homem, que é você mesmo”.
Quero acrescentar que uma mudança naquilo que chamamos de humanidade é essencial para que possamos alcançar a mudança sonhada por alguns. Muito se fala em apocalipse, mas para mim o fim do mundo nada mais é do que o fim daquilo que conhecemos por humanidade e o inicio da Irmandade.
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