Seja bem vindo! Você está diante de um ambiente virtual que se encontra em constante evolução! Aqui divido com os interessados assuntos que para muitos não irão passar de uma fantasiosa obra cientifica, ou até mesmo uma complexada obra hollywoodiana. Antes de qualquer pré julgamento, já lhe adianto que devemos analisar tudo com calma e principalmente com a mente aberta,pois este será o primeiro passo para a retirada do véu que nos mantém inseguros dentro dessa Matrix. Lembre-se que a verdadeira critica é aquela questionada por quem busca a verdade acima de qualquer preconceito.

Façamos bom proveito das novas informações aqui divididas e fiquem a vontade para exporem sua idéias e opiniões.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Blackwater, Monsanto e Bill Gates


Por Silvia Ribeiro, no jornal mexicano La Jornada:

Uma reportagem de Jeremy Scahill publicada em The Nation (Blackwater`s Black Ops, 15/09/2010) revelou que o maior exército mercenário do mundo, Blackwater (agora denominado Xe Services), vendeu serviços clandestinos de espionagem à multinacional Monsanto. A Blackwater mudou de nome em 2009, depois de tornar-se famosa em todo o mundo pelas denúncias sobre seus abusos no Iraque, incluindo os massacres de civis. Continua sendo o maior contratante privado do Departamento de Estado dos Estados Unidos em “serviços de segurança”, ou seja, para praticar o terrorismo de estado dando ao governo a possibilidade de negar sua autoria.





Muitos militares e ex-oficiais da CIA trabalham para a Blackwater ou para alguma de suas empresas vinculadas, que criou para desviar a atenção de sua má fama e gerar mais lucros vendendo seus nefastos serviços – que vão desde informação e espionagem até infiltração, conspirações políticas e treinamento paramilitar a outros governos, bancos e empresas multinacionais. Segundo Scahill, os negócios com multinacionais - como a Monsanto e a Chevron, e gigantes financeiros como a Barclay`s e Deutsche Bank -, são canalizados através de duas empresas que são de propriedade de Erik Prince, dono da Blackwater:Total Intelligence Solutions e Terrorism Research Center. Estas compartilham oficiais e diretores com a Blackwater.

Um deles, Cofer Black, conhecido por sua brutalidade sendo um dos diretores da CIA, foi quem fez contato em 2008 com a Monsanto como diretor da Total Intelligence, negociando o contrato com a companhia para espionar e infiltrar organizações de ativistas pelos direitos dos animais e contra os transgênicos e outras atividades sujas do gigante biotecnológico.

Contatado por Scahill, o executivo Kevin Wilson, da Monsanto negou-se a falar, mas mais tarde confirmou a The Nation que tinham contratado Total Intelligence em 2008 e 2009, segundo a Monsanto somente para fazer o acompanhamento de “informações públicas” de seus opositores. Além disso, disse que a Total Intelligence era uma “entidade completamente separada da Blackwater”.

Contudo, Scahill conta com cópia dos e-mails de Cofer Black posteriores à reunião com Wilson, da Monsanto, onde explica a outros ex-agentes da CIA, usando seus endereços eletrônicos na Blackwater, que a discussão com Wilson foi no sentido de que a Total Intelligence se transformaria no "braço de inteligência” da Monsanto, espionando ativistas e outras ações, inclusive fazendo com que ”nossa gente se integre legalmente a esses grupos”. A Monsanto pagou para a Total Intelligence 127 mil dólares em 2008 e 105 mil dólares em 2009.

Não é de assombrar que uma empresa de “ciências da morte” como a Monsanto, que desde suas origens tem se dedicado a produzir materiais tóxicos e a espalhar venenos, desde o Agente Laranja até os PCB (Policlorobifenilos), agrotóxicos, hormônios e sementes transgênicas se associe a outra empresa de bandidos.

Quase ao mesmo tempo em que era publicado esse artigo em The Nation, a Via Campesina denunciou a compra de 500 mil ações da Monsanto, por mais de 23 milhões de dólares, pela Fundação Bill e Melinda Gates, que com isso terminou de tirar sua máscara de “filantrópica”. É outra associação que não surpreende.

Trata-se de um casamento entre os dois monopólios mais brutais da história do industrialismo: Bill Gates controla mais de 90% do mercado de programas patenteados de computação, e a Monsanto perto de 90% do mercado mundial de sementes transgênicas e a maioria do mercado global de sementes comerciais. Não existem em nenhuma outra área industrial monopólios tão vastos, cuja própria existência é uma negação do cacarejado princípio “competição do mercado” do capitalismo. Tanto Gates como a Monsanto são muito agressivos na defesa de seus mal afamados monopólios.

Ainda que Bill Gates tente dizer que a Fundação não está ligada à suas atividades comerciais, tudo o que essa faz demonstra o contrário: grande parte de suas doações termina favorecendo os investimentos comerciais do magnata, além do que ele, na realidade, não doa nada: mas sim, em vez de pagar impostos às arcas públicas, investe seus lucros onde estes o favoreçam economicamente, inclusive em propaganda de suas supostas boas intenções. Ao contrário, seus projetos financiam projetos tão destrutivos como a geoengenharia ou a substituição das medicinas naturais e comunitárias por medicamentos patenteados de alta tecnologia nas áreas mais pobres do planeta. Que coincidência, o ex-secretário de saúde do México, Julio Frenk e Ernesto Zedillo (ex-presidente mexicano) são conselheiros da Fundação.

Da mesma forma que a Monsanto, Gates se dedica também a tratar de destruir a agricultura campesina em todo o planeta, principalmente através da chamada “Aliança para uma Revolução Verde na África (AGRA). Esta funciona como cavalo de Tróia para despojar os agricultores africanos pobres de suas sementes tradicionais, substituindo-as primeiro pelas sementes das empresas e finalmente pelas transgênicas. Para isso a Fundação contratou, em 2006, justamente Robert Horsch, um diretor da Monsanto. Agora, Gates, farejando novos lucros, foi diretamente à fonte.

Blackwater, Monsanto e Gates são três caras da mesma figura: a máquina de guerra contra o planeta e a maioria das pessoas que o habitam, sejam campesinos, indígenas, comunidades locais, gente que quer compartilhar informação e conhecimentos ou qualquer outra coisa, que não queira estar na lógica do lucro e destruição do capitalismo.

* Tradução de Renzo Bassanetti

Nenhum comentário:

Postar um comentário